quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

BusinessWeek: três interessantes artigos


Com a compra do Kindle, posso me dar ao luxo de ler a BusinessWeek pelo preço de US$4.99 (R$9,00) por quatro exemplares por mês. O que dá a bagatela de R$2,25 por exemplar, menos que um exemplar de jornal em São Paulo - custam R$2,50. Neste último número tive algumas surpresas:

1- TOYOTA: Artigo sobre a Toyota mostra que os problemas com os aceleradores dos carros já aconteciam desde 2004. Centenas de registros foram feitos e a NHTSA - National Highway Traffic Security Authority - não os investigou adequadamente. Mais, todos os contatos com a Toyota eram feitos com ex funcionários da NHTSA que haviam passado a trabalhar para a Toyota. Hoje, há a certeza de que esses problemas causaram pelo menos 34 mortes comprovadas. Em um dos casos, uma mulher teve o carro acelerando sem controle até 160 Km/h, um Lexus, parando somente depois de 10km. Nesses casos não havia nenhum controle do freio e nem do acelerador.
Provavelmente, pelo menos nos Estados Unidos, a imagem da Toyota jamais será recuperada.

2- RUSSIA: Outro artigo falava de como apenas 1/5 do dinheiro investido no Brasil ou na China, ou na Índia, são investidos na Rússia, o país do BRIC que se fala menos ultimamente. Qual o motivo? Corrupção do Estado Russo e da polícia russa. O artigo conta de empresários que foram perseguidos, presos e até mortos pela polícia, onde há um grande esquema de corrupção e roubo de impostos. Como o Governo perdeu o controle, cada vez menos a Rússia será um país emergente.

3- GRÉCIA: O problema da Europa Unificada é que a moeda está unificada e a política monetária, mas não há controle das políticas fiscais dos diversos países. Conclusão, países como a Grécia se comportaram de forma irresponsável, enquanto a grande locomotiva da Europa é a Alemanha. Esse é o motivo da capa da revista BusinessWeek dessa semana ser da chanceler, recém reeleita, Angela Merkel. Protegida do antigo chanceler Helmut Kholl, ela tem um doutorado em física, mas consegue, quando se dirige ao povo, falar em linguagem comum.
Qual o grande problema? Quase a metade das exportações da Alemanha são feitas para dentro da zona do euro. Portanto, se um crise se abate sobre a Europa, a Alemanha será afetada. A Alemanha é o país que tem a tendência a ter superávites nas transações comerciais com os outros países. Ou seja, se tem alguém que pode socorrer a Europa é a Alemanha. A Grécia precisa ser ajudada, mas se for, não será um sinal para outros países se comportarem da mesma forma irresponsável? Pior, nesses casos, o normal seria a Grécia desvalorizar sua moeda para facilitar a redução dos seu déficit. Acontece que não pode fazer isso, pois sua moeda é a mesma de todos os países, o euro, e não está sob seu controle. A saída é reduzir salários para ser tornar mais competitiva, mas como reduzir salários de um povo que se endividou mais do que poderia e agora tem de pagar a conta?

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