A Construtora Tenda e a Gafisa anunciaram ontem acordo pelo qual a primeira irá transferir 60% do seu capital para a segunda e receber desta a subsidiária Fit Residencial Empreendimentos Imobiliários, voltada à baixa renda. A Fit deverá ter, na data da incorporação, capital social mínimo de R$ 420 milhões e caixa líquido de R$ 300 milhões.
A operação evidencia o processo de consolidação esperado pelo setor que, nos últimos três anos, inundou o mercado com o lançamento de ações e títulos. Nesse período, 25 empresas do setor de construção civil e outros segmentos imobiliários abriram capital. Considerando que outras cinco companhias aumentaram capital, o valor total dessas captações aproximou-se de R$ 20 bilhões - recursos que, em geral, foram levantados para a rápida constituição de banco de terrenos.
Passado esse período, muitas dessas companhias perceberam não ter os recursos suficientes para tocar todos os projetos anunciados e, em meio à elevação dos juros básicos, viram aumentar o custo de captação para formação do seu caixa. Algumas empresas conseguiram emitir debêntures, como foi o caso da Cyrela, Gafisa e MRV - ainda que a custos crescentes -, enquanto outras decidiram recorrer à venda de ativos, como Inpar, Tecnisa e Abyara.
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