segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Construtoras emparedadas pela crise


Terrenos em excesso e crédito menor e mais caro são pontos sensíveis

Os desdobramentos da crise internacional podem atrapalhar os planos do setor imobiliário brasileiro. Possíveis aperto e encarecimento do crédito reduziriam a procura por novos imóveis, o que levaria as companhias a baixar os preços. O resultado seria o arrefecimento de todo o setor.
O banco de terrenos formado pelas companhias, principalmente com vistas à abertura de capital, é um dos pontos mais sensíveis das empresas, que se dedicaram fortemente à aquisição de terras nos últimos anos. Apenas Cyrela, Gafisa e Brascan juntas possuem 25,1 milhões de metros quadrados. A área é cerca de nove vezes o tamanho das cidades de São Paulo e Rio de Janeiro juntas e maior que o estado de Sergipe.
De acordo com a economista da Rosenberg Associados, Thaís Marzola Zara, um dos primeiros sintomas da redução do ritmo das construtoras será a interrupção na aquisição de terrenos.
"A crise pode ter reflexos na desvalorização de imóveis, por uma redução na oferta de crédito, o que levaria ao desaquecimento do setor. Se isso vier a ocorrer, as companhias deixarão de ampliar seus bancos de terreno", disse Zara.
Para a equipe de análise da Planner Corretora de Valores, a maior preocupação das companhias não é o banco de terrenos, mas o valor geral de vendas (VGV), que deve cair.

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