segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Primeiras vítimas da crise no Brasil: SADIA e ARACRUZ



Por Marcelo Teixeira e Alberto Alerigi Jr.

SÃO PAULO (Reuters) - Duas grandes companhias brasileiras deram nesta sexta-feira o sinal de que a crise financeira com epicentro nos Estados Unidos pode causar mais estragos no Brasil do que muitos acreditavam.

A alta do dólar, que chegou a beirar os 18 por cento em setembro, efeito colateral da crise, complicou as contas de algumas exportadoras brasileiras que mantinham, até então, posições no mercado de derivativos de câmbio destinadas inicialmente a reduzir o impacto de um movimento oposto: o da valorização do real.

A Sadia, uma das principais indústrias alimentícias brasileiras, com fortes vendas externas em carteira, reconheceu uma perda de 760 milhões de reais geradas principalmente por posições em contratos de futuros e opções cambiais. O diretor-financeiro foi demitido.

A Aracruz Celulose divulgou um comunicado informando que a exposição da companhia a instrumentos de derivativos foi "fortemente" afetada pelo dólar e que contratou uma empresa especializada para verificar o tamanho do estrago. O diretor financeiro pediu licença do cargo.

A resposta do mercado foi imediata. As ações da Sadia desabavam 35 por cento, enquanto as da Aracruz tinham queda de 18 por cento, por volta das 15h45, na Bovespa.

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