Mudança é a maior da história do Google Por Bruno Sayeg Garattoni São Paulo, 30 (AE) - O Google, que começou como uma pequena ferramenta de busca, foi literalmente engolindo a internet: hoje, controla quase todos os principais serviços online, de e-mail a comunidades virtuais (veja no quadro ao lado). Mas como isso aconteceu? E, mais importante: para onde vai o Google? Dois motivos explicam o sucesso do Google.
Primeiro, ele mostrava resultados mais relevantes do que os outros buscadores. Isso porque adotou um critério novo para montar seus resultados. No Google, a importância de um site é determinada pela quantidade de links que apontam para ele. Quanto mais vezes uma determinada página é citada por outras, mais importante ela tende a ser.
Essa conta é feita por softwares altamente complexos (mantidos em segredo pelo Google), mas o princípio é simples. O outro motivo para o sucesso do buscador, surgido em 1997, é justamente esse: a simplicidade. "As ferramentas de busca da época incorporavam cada vez mais conteúdo e se transformavam em portais. Nós priorizamos a rapidez", conta Craig Silverstein, que foi o primeiro funcionário do Google. A diferença é brutal. No site Internet Archive (www.archive.org), uma espécie de máquina do tempo da web, é possível ver as páginas do Google e do seu grande rival na época, o Altavista. Em 2000, no auge da chamada "bolha da internet", o Google era mais ou menos como hoje - um campo de busca no meio, pouca coisa em volta. Já o Altavista era um verdadeiro labirinto, com dezenas de links. "Você entra numa página branca e limpa, digita o que quer e recebe o resultado. A busca tem de ser simples", diz a vice-presidente Marissa Mayer. Mas será que a busca universal, lançada na semana passada, não vai bagunçar essa simplicidade? Afinal, o novo sistema de busca exibe muitos tipos de informação. A diferença é que, ao contrário de outros buscadores, o Google pretende misturar os dados numa só lista. Ou seja: o visual da busca em si muda pouco. Os resultados é que mudam bastante - ficam bem mais ricos e diversos. Mas como o Google determina o que é mais importante para entrar na lista lá no alto ou mais embaixo? Como ele sabe que, ao procurar por Gisele Bündchen, eu quero ver muitas fotos e vídeos, mas apenas uma ou outra notícia e não ligo para blogs? "Desenvolvemos um novo sistema de pontuação (classificação da importância de cada documento) totalmente novo", diz Mayer. É a maior reformulação na tecnologia de busca PageRank, o grande segredo do Google, desde sua criação. Se vai dar certo ou não, só o tempo dirá. Mas é um projeto ousado, que exigiu o trabalho de mais de cem engenheiros durante dois anos. BABEL é o próximo passo é ainda mais radical. "Por melhor que seja a nossa ferramenta de busca, nós não conseguimos encontrar coisas que não estão lá", diz o vice-presidente de engenharia, Udi Manber. O que ele quer dizer é que a maioria das informações contidas na internet está em inglês. Só que a maior parte das pessoas não fala esse idioma. E agora? Como ajudá-las? A idéia é a seguinte. Você digitaria a sua busca normalmente, em português. Aí, o Google traduziria as palavras-chave para o inglês, faria a pesquisa, pegaria os resultados e traduziria todas as páginas para o português. Tudo em tempo real. "Isso abre a web para o mundo", sonha Manber. Parece mesmo coisa de ficção científica, mas a tecnologia já existe. A única coisa que faltava era o poder de processamento para fazer toda a ginástica da tradução. Mas o Google, com seu exército de computadores, jura que consegue: segundo Manber, a busca traduzida entrará no ar "logo" e vai incluir 12 idiomas.
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