quarta-feira, 13 de junho de 2007

Estilo de chefia: bonzinho nem sempre é bom


EXAME A descrição de competências de um executivo em boa parte das empresas desfia uma lista infindável de platitudes. Um bom chefe -- segundo se lê -- deve ser empático, envolvente, sensível, criativo e visionário. Tudo verdade. Mas não toda a verdade. O que não está escrito em lugar algum é que parece haver uma crescente busca por certa dose de tirania no perfil desses profissionais. A tendência foi detectada num artigo dos americanos Kate Ludeman e Eddie Erlandson, recentemente publicado pela Harvard Business Review. Os dois identificaram que 75% dos altos executivos dos Estados Unidos são o que eles chamam de "machos alfa" -- ambiciosos, beligerantes e agressivos. O mundo ideal prega o líder colaborativo. O mundo real mostra que o chefe implacável tem mais chances de ascensão. Há pelo menos duas explicações. A primeira tem caráter cognitivo. Vários estudos mostram que a simples gesticulação de maneira incisiva pode causar a impressão de que o interlocutor é competente. A outra tem sentido prático. O chefe linha-dura costuma crescer sobretudo em momentos de adversidade. Como um sargento no campo de batalha, ele não tem tempo para ouvir questionamentos durante um bombardeio nem para ser um democrata. "O chefão linha-dura é valorizado porque faz a coisa acontecer custe o que custar", diz o filósofo e consultor de empresas Mario Sergio Cortella.

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