quarta-feira, 13 de junho de 2007

Estilo gerencial: o linha dura que resolve


Por Samantha Lima

EXAME A cena se repete uma vez por mês. Às 8h30, pouco depois do café-da-manhã na fábrica da Duloren, em Vigário Geral, subúrbio do Rio de Janeiro, um grupo de 30 operárias se concentra no pátio para fazer reclamações, pedidos e recomendações. Entre elas, em pé, vestido com suas indefectíveis calças jeans e camiseta de malha, está Roni Argalji, de 53 anos, dono e presidente da Duloren, a segunda maior fabricante de lingerie do Brasil, atrás apenas da DeMillus. O encontro é um misto de assembléia e preleção militar. Ao mesmo tempo que ouve as queixas e atende às reivindicações, Argalji também grita e pode disparar impropérios se contrariado, por exemplo, sobre os resultados obtidos nas semanas anteriores. Seu método com as funcionárias não é a única peculiaridade em seu estilo de gestão. Israelense, filho de um libanês que vendia ternos no centro do Rio de Janeiro na década de 60, Argalji segue a cartilha que aprendeu desde criança. Ele viu o pai fundar e administrar a Duloren baseado apenas na intuição. Apesar de formado em economia e administração, Argalji também despreza os manuais e só confia no próprio julgamento. "Meu manual de gestão é a minha cabeça", diz ele.

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