terça-feira, 18 de setembro de 2007

Cinema como Terapia


CINEMATERAPIA

Assim como mitos, romances, poemas, fábulas ou sonhos, filmes são como alegorias – ou seja, representações de idéias, sentimentos ou situações do dia-a-dia. Muitos deles nos fazem repensar sobre nossa própria maneira de encarar a vida, trazendo à consciência a forma de nos relacionarmos com o mundo ou emoções que estavam camufladas. Nesse sentido, o cinema não é simplesmente uma válvula de escape para quando estamos tristes, mas também uma ótima ferramenta para trazer um olhar mais ameno e arejado para nosso cotidiano.

A arteterapeuta Selma Ciornai, do Instituto Sedes Sapientae, em São Paulo, recomenda filmes a seus pacientes com frequência. “Um personagem pode ser bastante inspirador por expressar coisas que você sente, mas para as quais não encontra palavras”, afirma Selma. Como exemplo, ela cita o filme Thelma e Louise, a história de duas amigas que, cansadas da rotina de donas-de-casa, embarcam numa viagem transformadora.

A enxurrada de emoções provocada por um filme é, às vezes, bastante benéfica. “Usamos muito a dinâmica compensatória”, explica Joya Eliezer, presidente da Associação Brasileira de Arteterapia. “Se o sujeito está triste, recomendo uma comédia. Se está desenganado, sugiro um filme romântico”. Uma história cômica vira então uma verdadeira pílula de riso, que dá aquele empurrãozinho que precisamos para nos distanciarmos do nosso lado reclamão e sofredor. Parece uma poção mágica, como o cogumelo de Alice no País das Maravilhas: no instante em que rimos de nossos problemas, eles encolhem, tornam-se leves e menos assustadores. E então encontramos forças para dominá-los.

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