terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

Refexões sobre o Dinheiro



Por Cristóvão Pereira (artigo publicado no site www.jfmg.com.br)

Muitas pessoas se declaram incapazes de lidar adequadamente com o dinheiro. Gastam demais, não sabem poupar! E sem poupar não podem investir; e sem investir não conseguem criar riqueza!
Outras, acham que lidar com o dinheiro corretamente é simplesmente controlar tudo, pensar em dinheiro vinte quatro horas por dia. Errado! O dinheiro existe para facilitar nossa vida, nos dar liberdade e não nos escravizar.
E o poupador doentio, que chega a ser pão-duro, mão-de-vaca? Aquele que se recusa a gastar qualquer valor e, a tudo e todos, olha sempre com o olhar do “quanto custa?”. Mas, afinal, ser pão-duro traz riqueza para alguém? Há histórias de milionários que foram pão- duros, mas de uma forma geral os pães-duros tem dificuldade em criar riqueza. E por quê? A questão central nesse caso é o chamado benefício indireto. Todo dinheiro virá até você através de alguém. É preciso que este alguém ache que deve pagar a você alguma coisa, seja por algum serviço ou produto. Ou simplesmente por algum benefício indireto.
Imagine uma situação em que o seu chefe lhe convida para almoçar. Chegando ao restaurante, ele logo percebe que esqueceu a carteira. O que seria razoável você fazer? “Chefe, fique tranqüilo, vá lá buscar sua carteira que eu espero!”. Ou ainda, “deixe que eu vou buscar a carteira para você!”. Claro que o seu bom senso descarta essas hipóteses. Se você é inteligente, se oferece para pagar o almoço e jamais aceitará que ele o reembolse. É nessas horas que o benefício indireto está presente, e que fará o seu chefe lhe ficar agradecido e mais próximo politicamente de você. Não é uma questão de certo e errado, mas de sensibilidade política.
Acabei de assistir ao filme “A procura da felicidade”. Em uma cena o protagonista, sem dinheiro sequer para comer, empresta dinheiro para pagar o táxi do chefe, que estava sem trocado no momento. E ainda pergunta se ele precisa de mais... Inteligência que a vida irá remunerar a seguir no filme, embora não tão rapidamente quanto o protagonista desejaria.
Por outro lado, sair gastando indiscriminadamente, como se o dinheiro fosse fácil de ganhar, leva ao descontrole e passa uma imagem de irresponsabilidade. E, pessoas que passam imagem de irresponsáveis dificilmente ganham dinheiro!
O dinheiro deseja ser cuidado por quem tem atenção, responsabilidade e sensibilidade. O dinheiro se incomoda com o pão-duro e com o mão-aberta; um o aprisiona, e outro não lhe dá o devido valor. Emprestar dinheiro para quem não sabe cuidar do mesmo denota irresponsabilidade e descuido. Não se ajuda os outros com dinheiro, mas com oportunidades.
Seja carinhoso com o seu dinheiro, seja cuidadoso, mas não seja pão-duro. Muito menos seja mão-aberta. Cada um deve ser responsável pelas dívidas e situações que cria na vida. O Universo parece não gostar de quem vive socorrendo os outros com dinheiro, sem lhes criar oportunidades. Robert Kennedy costumava dizer que quem dá um peixe alimenta o homem apenas uma vez. Porém, quem o ensina a pescar o alimenta para sempre.
Outro dia recebi um belo texto que dizia ser o dinheiro capaz de comprar uma casa, mas não um lar. Ser capaz de comprar um médico, mas não a saúde. Ser capaz de comprar um livro, mas não o conhecimento. Ser capaz de comprar relógios, mas não o tempo. Ser capaz de comprar um título, mas não o respeito profissional. Ser capaz de comprar o sexo, mas não o amor!
O dinheiro é assim, capaz de comprar o visível, mas não o invisível. Se quiser ter dinheiro, preocupe-se com o invisível (amizade, conhecimento, tempo, confiança, qualidade etc.) e o visível virá: o dinheiro. E quando o tiver, lembre-se de que ele é como uma arma carregada, se não lidar com cuidado ele poderá lhe ferir e aos outros também.

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