quarta-feira, 14 de março de 2007

Caso de Sucesso: D'Accord Music Software


Um software que reconhece a harmonia de arquivos musicais e fornece, em poucos segundos e por meio de um violão virtual, todos os acordes da canção para os usuários tocarem no instrumento.

O mimo acima, batizado iChords, poderia muito bem ser mais uma daquelas invenções futuristas que enfeitam todos os anos as feiras de tecnologia de São Francisco (EUA) e Tóquio (Japão) e que costumam demorar uma eternidade para chegar - isso quando chegam - ao Brasil. A invenção, porém, está mais próxima do que muitos podem imaginar. Para ser mais exato, em Recife, capital de Pernambuco, fruto do trabalho de pesquisa de um jovem de apenas 23 anos, mestre em Tecnologia da Informação pela UFPE (Universidade Federal de Pernambuco). "Identificamos uma demanda por uma solução simples e rápida para os usuários que buscavam cifras de músicas", conta Américo Amorim.

Américo é exemplo de que, não importa o quão saturado o mercado pareça de idéias que sejam realmente inovadoras, é possível sim, com um bom projeto, um grande trabalho de pesquisa e, claro, algum dinheiro no bolso, conquistar seu lugar ao sol. Ao lado de oito colegas da universidade ele é um dos sócios da D´accord Music Software, pequena empresa criada em 2000 especializada em softwares musicais, que já colocou no mercado produtos como dicionários de acordes, cifras para teclados, karaokês, etc.

Os produtos da D´accord preenchem um nicho de mercado até então pouco explorado. Com o iChords, a empresa busca atingir o mercado de música on-line, que encontra-se em forte expansão com as lojas de música on-line e a proliferação de MP3 players como o iPod. O novo software permite ao interessado em tocar violão dispensar as horas de pesquisa na Internet ou em bancas de jornal para encontrar as cifras de suas canções favoritas. Basta um computador e um arquivo musical (de extensões MP3, Wav ou WMA) que o iChords já entrega tudo de mão beijada. "Demoramos oito meses para realizar pesquisas e chegarmos a uma tecnologia que reconhecesse os acordes das músicas", explica Américo. O custo total do projeto foi de R$ 40 mil.

Conforme ele, a tecnologia visa basicamente dois usuários: o iniciante, que ainda não "tem ouvido para cifrar" mas já sabe os acordes; e aqueles mais experientes, mesmo músicos profissionais, que buscam ampliar o repertório. "Alguns profissionais utilizam o software para cifrar a própria música", conta. Mercado não falta: a D´accords tem em sua carteira aproximadamente 35 mil clientes, entre músicos profissionais e interessados em geral.

No mais, já exporta para 63 países dos cinco continentes, de destinos mais díspares possíveis. Há compradores nos Estados Unidos, Europa, Índia, Nova Guiné, Taiwan, Ilhas Maurício, Ilhas Seixeles e Vietnã. "Na Austrália e na Nova Zelândia temos, inclusive, a venda física do software", revela. Com o novo software, Américo Amorim foi o grande vencedor na categoria Tecnologia do Prêmio Santander Banespa de Empreendedorismo, embolsando R$ 50 mil. O projeto desbancou mais de mil competidores. Confira o site oficial do Prêmio no: www.universia.com.br/premiosantander.

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