quarta-feira, 14 de março de 2007

Caso de Sucesso: Chili Beans


De olho no que os americanos usavam nas praias da Califórnia para "fazer onda" no calçadão, o empresário Caíto Maia, à época, vivendo nos Estados Unidos, teve um insight: trazer o conceito dos óculos descolados a preços acessíveis para o Brasil. Chegava, então, ao mercado, os produtos Chili Beans. Bastou colocar os pés aqui com uma certa quantidade de óculos americanos para o empresário vender como água e conseguir montar seu próprio negócio.

O progesso crescia a olhos vistos, mas, sem planejamento, tudo foi por água abaixo. Ciente de seus erros, o empresário não desanimou, continuou apostando na idéia, mas decidiu ser cauteloso, já que, no Brasil, os microempresários têm que ter muito cuidado com suas finanças para seguir adiante. "Essa história de capital de giro é complicadíssima. Quebrei depois de três anos, em parte, porque o País não ajuda. Tive que deixar o atacado, abrir um estande no Mercado Mundo Mix para vender óculos no varejo. Aí a coisa começou a dar certo", conta o proprietário da Chili Beans.

Do Mercado Mundo Mix para a Galeria Ouro Fino, lado a lado com marcas como Adidas, Mulher do Padre e outras mecas do público jovem, a Chili Beans passava a conquistar seu espaço. "Em dezembro de 1999, minha loja ficava completamente lotada, era absurdo. O espaço tinha 10m² e não tinha ar condicionado, mas lotava," lembra. No ano seguinte, o Shopping Villa-Lobos inaugurou um corredor fashion com diversas marcas e convidou Caíto para abrir uma loja. Sem dinheiro, a solução foi unir esforços com um arquiteto e desenvolver o quiosque da Chilli Beans. "Queria um quiosque totalmente self-service, onde as pessoas pudessem pegar os óculos e sair experimentando de uma maneira muito tranquila, como se fosse uma brincadeira mesmo, mas que não precisasse ter uma chave que abrisse portinhas e travas. Foi um sucesso", explica.

Atualmente, são mais de 90 lojas e 60 quiosques espalhados pelo Brasil. Franquias? Várias. O segredo do sucesso? O empresário diz que a escolha de só vender os óculos na loja da marca e não em lojas de multimarcas foi decisiva para a valorização do seu produto. "Você não encontra nossos óculos em qualquer loja", diz. Para ele, a história do quiosque também foi uma sacada certeira, porque facilitou o crescimento, quando ele não tinha como investir pesado na construção de lojas. Quando o dinheiro veio, abrir as lojas também foi determinante para conferir ao cliente uma maior variedade de produtos e mais conforto. Além disso, ter contratado pessoas experientes que vieram para dentro da casa arrumar a base e arrumar o meio de campo foi certeiro. "O maior acerto da Chilli Beans, porém, foi nunca ter focado em produto, e sim em marca. Nós focamos em marca, trabalhamos marca, fazemos conceito de marca, valorizamos a marca, porque quem tem uma marca desejada tem futuro", acredita.

Aos futuros empreendedores, Maia recomenda: é preciso ter humildade, fazer a política do arroz e feijão, olhar como está a base, o fluxo de caixa, onde se está gastando a mais do que deveria. "O empreendedor brasileiro é muito criativo e não se preocupa com a base sólida, o futuro financeiro, planejamento, impostos. A minha maior dica é essa", opina. Ele acrescenta: "É preciso adorar o que se vai fazer, o que você vai vender, para passar essa verdade aos clientes" defende.

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