terça-feira, 27 de março de 2007
10 Mentiras contadas pelos clientes
por Rafael Dourado
1. Faça esse de graça que no próximo a gente se acerta.
Todo freelancer cai nessa quando faz o 1º trabalho, mas o 2º nunca vem. Ainda tem a desculpa: “é só para saber se você é bom mesmo”.
2. Pago quando receber a versão final.
Clientes antigos e confiáveis até podem ter essa liberdade, mas novos clientes… Vide o item 5. E mesmo que termine, pode dizer que não quer mais. E aí? Foi tempo perdido. Por isso contratos são indispensáveis.
3. Esse trabalho vai te dar muita visibilidade e gerar inúmeros negócios novos.
Isso pode até ser verdade de fato. O problema é que essa frase geralmente é usada como argumento para baixar (e muito) o preço. Se você já começa fazendo um mal negócio, as indicações chegarão querendo um acordo semelhante.
4.Bom, não sei se vou fazer o trabalho com você, mas deixe aqui seu material que vou conversar com meu parceiro/investidor/esposa/clero.
Duas situações possíveis: você não está falando com quem toma a decisão na empresa, ou você acaba de prestar consultoria para um concorrente. No primeiro, tente sempre falar com quem toma as decisões, caso contrário um telefone sem fio acontece e sua defesa já era. No segundo, o cliente liga para um concorrente seu e barganha preço, que vai poder cobrar mais barato, pois todo o trabalho criativo você já fez. Não deixe nada que você gastou horas para fazer na mesa alheia.
5. O trabalho não foi cancelado, só adiado. Mas em um mês ou dois eu entro em contato.
Resultado do segundo item. Pode ser uma desculpa para não pagar pelo trabalho feito até então. Se bater a curiosidade, ligue em 2 meses para descobrir quem ficou no seu lugar.
6. Pra quê contrato?
Para se resguardar de metade dos itens aqui listados.
7. Mande-me a conta quando o trabalho for veiculado.
Mentira para publicitário, não para webdesigners. Com o 1º a veiculação vem depois que o trabalho terminar, logo, deve ser pago. Com o 2º isso não acontece, pois depois que o site está no ar pode precisar de adaptações pelas exigências do servidor ou problemas de renderização.
8. O último cara fez isso por tantos reais.
Se o último cara fosse bom o suficiente o cliente não estaria conversando com você agora, não é mesmo? Cobre um preço justo e segure-o. Parasitas sempre irão existir em qualquer mercado, mas se o seu preço reflete a qualidade do seu trabalho, mantenha-o.
9. Nós só temos tanto para gastar.
Menos dinheiro, menos trabalho. Não abandone um cliente porque ele não tem o quanto você está cobrando, mas reduza os recursos. Aquela área inovadora que demorava 3 meses para fazer talvez possa esperar mais um pouco.
10. Estamos com problemas financeiros. Nós dê seu trabalho que assim que ganharmos dinheiro com ele te pagamos.
Já ouvi muita história sobre isso. Isso é, no mínimo, uma aposta com MUITAS chances de se perder. O cliente pode até de fato ganhar muito dinheiro com seu trabalho, mas como você vai saber? Você não tem controle sobre as finanças da empresa. Não sabe o quanto eles estão gastando e quanto estão perdendo. E você também tem suas próprias contas para pagar.
Ser bom no que se faz não é garantia de sucesso profissional. Lembre-se que ser profissional não é só fazer o que se gosta. Como diria Luli Radfahrer em seu livro, ninguém vai te pagar para passar o dia deitado numa rede na praia bebendo cerveja. Se você não for bom em lidar com cliente, finanças, administração do tempo etc, aprenda ou consiga alguém que faça isso bem para você.
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