segunda-feira, 16 de março de 2009
Um Continente à Deriva
Esse é o título do artigo de hoje publicado por Paul Krugman, do New York Times. Ninguém menos que o ganhador do prêmio Nobel de Economia de 2008 e um dos economistas que previram com dez anos de antecedência essa crise.
1- Ele começa dizendo que a situação da Europa o preocupa mais do que a do próprio Estados Unidos, embora esteja preocupado com a situação do mundo como um todo;
2- Ele fala que o fato da Europa ter impostos muito altos e muitos benefícios para os cidadãos não representa um motivo de preocupação, pelo contrário, deixa a Europa em uma situação melhor do que seria se assim não fosse;
3- O que o preocupa efetivamente é a incapacidade da Europa responder de forma adequada à crise;
4- A Europa tem uma crise financeira da dimensão da dos Estados Unidos, mas está fazendo muito menos para combatê-la, tanto do ponto de vista fiscal quanto monetário;
5- Do ponto de vista fiscal, ele continua entendendo que Obama deveria fazer muito mais do que está fazendo e o pior é que o que a Europa está fazendo é nada perto do que os Estados Unidos estão fazendo;
6- Do ponto de vista monetário a diferença entre as ações é da mesma magnitude: a Europa tem sido tímida em cortar as taxas de juros e em tomar ações para liberar créditos;
7- A única coisa que está contando positivamente para a Europa é o "welfare state" que está funcionando como um colchão amortecedor para a população;
8- Ele acredita que parte do problema é falta de lideranças fortes. Cita particularmente o ministro das finanças da Alemanha a quem critica por parecer não entender de nada;
9- O maior problema é que a integração financeira da Europa foi muito além da integração política, mas a Europa ainda não tem fortes instituições continentais para poderem fazer face à crise de dimensões continentais. Não há ninguém assumindo a responsabilidade pela Europa como um todo. Governos isolados não querem gastar recursos com um estímulo que vai beneficiar outros cidadãos de outros países;
10- Apesar de não haver um Governo central o que explica a falta de política fiscal integrada, deveria haver mais política monetária, uma vez que existe um Banco Central Europeu. O problema é que ele se vê envolvido com 16 países que discordam entre si sobre como combater a crise, e ele não tem um Governo forte por trás como nos Estados Unidos para dar suporte;
11- A União Européia, portanto, está provando ser fraca em tempos de crise. A grande dúvida é sobre o que vai acontecer com as economias de países europeus que cresceram muito quando o crédito era farto e fácil? A Espanha é uma das grandes dúvidas. No passado, a Espanha poderia ainda aumentar sua competitividade pela desvalorizacão de sua moeda, mas não agora com o euro. A única saída para a Espanha é cortar salários o que já seria difícil em uma economia aquecida, imagine-se agora;
12- Isso significa que foi um erro para a Europa se tornar tão integrada? Foi um erro a criação do euro? A resposta que ele dá é: talvez.
13- A única coisa que pode salvar a Europa agora são suas lideranças. Será que vão?
Leia o artivo no original do New York Times, se desejar
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