quarta-feira, 18 de julho de 2007
Esses adolescentes maravilhosos!
Inglesa de 15 anos cria acesso inovador ao Second Life
Uma adolescente inglesa de 15 anos criou um acesso inovador ao Second Life (SL) que não necessita de instalação e abertura do complexo programa informático que suporta o mais famoso mundo virtual em três dimensões.
O anúncio da criação do protótipo «AjaxLife» foi feito pela adolescente, Katharine Berry, no seu blog (http://blog.katharineberry.co.uk/) e rapidamente se espalhou por toda a blogosfera ligada ao SL, motivando pedidos de entrevistas e elogios de utilizadores e programadores informáticos de todo o Mundo.
Katharine Berry está há dois anos no SL, mas, devido à idade, utiliza apenas a versão para menores de 18 anos («Teen Grid») deste mundo virtual.
A versão principal do SL é reservada a adultos, como forma de tentar evitar casos de pedofilia e o acesso de adolescentes a conteúdos não recomendados para a sua idade.
Nas primeiras entrevistas que concedeu, ambas por e-mail, segunda e terça-feira, aos repórteres da New World Notes e da Reuters no SL, Katharine referiu que tem uma vida igual à dos outros adolescentes, numa «minúscula aldeia a cerca de uma hora de distância de Londres».
Está a estudar Inglês, Francês, Alemão, Física, Química, Biologia, Computação, Geografia, História e Matemática, e desde os nove anos que desenvolve programas para a web.
Katharine explicou que resolveu desenvolver o seu protótipo porque queria ter acesso à informação principal do SL sem necessidade de estar no mundo virtual.
A adolescente planeia melhorar o protótipo, resolvendo algumas falhas que persistem, e depois abri-lo através de uma licença de fonte livre («open source»).
A invenção de Katharine permite visualizar os mapas do SL e utilizar as ferramentas de comunicação instantânea e de «teletransporte» (transferência imediata de uma região para outra), evitando a necessidade de instalar no computador um programa que exige grande capacidade de processamento da placa gráfica.
Jorge Lima, o português há mais tempo (quatro anos) no SL, disse à agência Lusa que o protótipo de Katharine «é mais uma tentativa de integrar o SL como web, o que é, por certo, o caminho a seguir».
«De um ponto de vista puramente técnico, não é uma coisa muito complicada de fazer. Dá muito trabalho, tem muita utilidade, mas não substitui o SL», salientou o programador informático.
A própria Beta Technologies, empresa de «arquitectos do mundo virtual» co-fundada por Jorge Lima há um ano, já tem desde Outubro de 2006 um sistema de comunicação instantânea entre avatares (personagens virtuais) do SL.
Jorge Lima realçou que a Linden Lab, empresa norte-americana proprietária do SL, disponibilizou em «open source» todos os dados de programação do mundo virtual, permitindo que qualquer utilizador possa desenvolver aplicações relacionadas.
«A Linden Lab quer continuar a focar-se no desenvolvimento da tecnologia do SL e delegar o mais possível as funções periféricas nos seus utilizadores», referiu.
Na actualização do SL programada para hoje, a Linden Lab vai dar mais um passo nesta abertura, permitindo que diferentes gerações do programa possam funcionar em simultâneo na grelha de servidores («grid») do SL.
O programador destacou que esta alteração vai possibilitar também a entrada no mundo virtual através de uma versão antiga, mesmo nos períodos em que o SL está «em baixo» para actualização, o que tem acontecido quase todas as quartas-feiras durante períodos de várias horas.
«A partir de hoje, vai ser possível às pessoas fazer as suas próprias versões do SL», afirmou Jorge Lima, notando que esta relativa autonomia já tinha sido dada à empresa que lançou e gere a versão brasileira do SL.
Versões mais leves (para quem não está interessado em construir objectos ou edifícios, por exemplo) ou com anúncios integrados são alguns desenvolvimentos que Jorge Lima antevê nesta progressiva integração do SL na web.
Diário Digital / Lusa
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