quarta-feira, 20 de maio de 2009

As Dicas Financeiras de Suze Orman



Autora de seis livros sobre finanças pessoais que ficaram semanas na lista de mais vendidos do jornal The New York Times, Suze havia acabado de publicar mais um potencial best-seller, 2009 Action Plan - Keeping Your Money Safe & Sound (algo como "Plano de ação 2009 - Mantendo seu dinheiro seguro", sem tradução para o português).

A estratégia de Suze - que diz ter escrito Keeping Your Money Safe & Sound em duas semanas, a toque de caixa - foi permitir downloads gratuitos do texto a partir de janeiro. Ainda assim, foram vendidas cerca de 1 milhão de cópias, o que colocou o livro entre os mais vendidos no The New York Times.

Suze costuma ser criticada por executivos do mercado financeiro, que dizem que suas análises são simplistas. De fato, às vezes ela exagera na psicologia financeira.

Suze foi vice-presidente de investimentos da Prudential Securities, uma das maiores gestoras de recursos dos Estados Unidos, e executiva de contas do banco Merrill Lynch.

A seguir, seus principais conselhos para os investidores brasileiros.

1 - Tenha uma reserva financeira de emergência suficiente para cobrir oito meses de despesas
"Dou esse conselho há vários anos, mas ele ganha importância num ambiente de crise econômica. Hoje, o risco de ficar desempregado é maior - e, em média, quem perde o emprego leva de seis a oito meses para se recolocar. Ainda que você ache que a probabilidade de ficar sem trabalho é mínima, essa reserva serve para cobrir imprevistos, como gastos médicos. É um dinheiro que deve ficar investido em aplicações seguras, como a renda fixa."

2 - Pague suas dívidas e não gaste mais do que tem
"O ideal é atravessar períodos conturbados sem dívidas no cartão ou em linhas de empréstimo pessoal. Um grande erro cometido pelos consumidores americanos nos últimos anos - e que acabou sendo responsável em larga medida pela crise atual - foi gastar mais do que tinham e tomar empréstimos para cobrir a diferença. É preciso evitar essa armadilha a todo custo. Não vale a pena comprar um carro que terá de ser financiado em muitos anos - é melhor ficar com um modelo mais barato que possa ser pago em alguns meses."

3 - Saia da bolsa se você for precisar do dinheiro aplicado em ações em menos de cinco anos
"O mercado está arriscado demais, a sensação é de que tudo pode acontecer. Quem pretende utilizar os recursos que estão na bolsa em menos de cinco anos deve tirá-los do mercado agora e colocá-los em investimentos mais seguros, como a renda fixa. Pode ser que a bolsa valorize nesse período? Sim, mas também é provável que ela caia mais. Não acho que haverá uma recuperação real da bolsa americana até 2015, o que afetará os mercados financeiros de todo o mundo. Pode ser que esse prazo seja menor em países emergentes, como o Brasil e a China, mas hoje é difícil prever. Atualmente, compensa ser conservador."

4 - Compre ações se você pensa no longo prazo
"O investidor que tem o tempo a seu favor, ou seja, que não vai precisar do dinheiro aplicado por, no mínimo, dez anos, deve ir para a bolsa. Diria mais: quem tem um horizonte de 30 anos para essa poupança, já fez uma reserva financeira para emergências e não tem dívidas de curto prazo (no cartão de crédito, por exemplo) deve colocar tudo o que sobra em ações. Quanto mais o mercado cai, melhor: é uma oportunidade de comprar barato papéis de boas empresas."

5 - Invista em títulos públicos prefixados
"Aplicar em títulos públicos pode ser mais interessante do que em fundos de renda fixa para quem pretende deixar seu dinheiro investido por prazos longos. Em 1980, por exemplo, aconselhei investidores americanos a comprar papéis prefixados do Tesouro dos Estados Unidos que venceriam dali a 30 anos, ou seja, em 2010. Na época, eles pagavam juros de 14,5% ao ano, altíssimos se comparados com a atual taxa, de cerca de 3,5%. O poupador que comprou naquela época recebe os 14,5% ao ano até hoje. Atualmente, no Brasil os títulos de longo prazo do governo federal pagam juros anuais da ordem de 15% (e a perspectiva aqui também é de queda)."

Um comentário:

Jeferson disse...

Vi suas dicas na "Oprah"... segundo ela, neste momento de crise, o melhor é sempre pagar o mínimo no cartão de crédito... resta saber qual a taxa praticada por lá...